Rotina
Os bico pensa se fala de rua, de festa, eu só escrevo
Toda madruga enquanto o sol e a lua reveza, eu devo
Cumprir meu rito esquisito, ligo a TV no mute
Volto pra MP, fico plugando certos inputs
Putz eu boto um chá de ontem para esquentar
Escuto disco por disco e os vinil que o tio faz desconto
Volto os que furto sem risco, pô, vai da pra samplear
Se marcar antes das cinco mais um rap 'tá pronto
Minhas rima fala de um tudo que nasceu de algum nada
Junto à risada no buso, voltando de alguma balada
Fico de canto, mudo, com a mente concentrada
Esboço um sorriso puto, mas não desvio o rosto da calçada
O sereno escorre no vidro brilhando, né?
E o brilho me lembra o olhar da minha mulher
E aí já vem outros 500 mil pensamento
Prevendo pra onde é que vai meus relacionamento
Se o sofrimento, fi, é tão comum de onde eu venho
Dá mó medo da distância matar tudo que eu tenho
Distância, amigo, não é vários quilômetro quadrado
Quantas vezes 'cê 'tá distante mesmo tando do lado
Solitários e curtos, assim são meus dias
Enquanto minhas noites são confusas e frias
O chá ferve na cozinha, porque 'tô la com o radinho
Apertando play no Cartola, eu odeio sofrer sozinho
Ouvindo um beat quietin'
Com o fone no canto, com meus disquetin'
De hit um bom tanto quanto
Eu conto enquanto penso na rima
Às vez dá sete, neguin', e eu não findei a rotina
Ouvindo um beat quietin'
Com o fone no canto, com meus disquetin
De hit um bom tanto quanto
Eu conto enquanto penso na rima
Às vez dá sete, neguin, e eu não findei a rotina
Nem vou findar, quantas vez não dá oito, nove, dez
'Tô lá escumungando os cabo que chia, fode meus jazz
Por isso eu sou obrigado a fazer uns versos embaçado
Pros cara nem se ligar que o sample 'tá todo chiado
E minha vida é um freestyle num beat que não para
Vinte e poucos anos
Não saio do tempo porque eu tô sempre escutando
Mais do que falo, mal humoradão
Das palavra em demasia que nasce a contradição
Não precisei ler Confúcio, amigo
Pra saber que não pode ter distância entre o que eu faço e o que eu digo
Se eu estendi a mão pro 'cê, é porque eu morro por você, malandro
Foda-se o Emicida, isso a Jacira ensinou pro Leandro
Bagui de vida, dessa que 'cê consome
Ter sido criado por uma mulher, o que me fez um homem
Daria um filme, ow, se daria
Cada madruga que atravesso com as minha agonia
Acho que às 6 da matina só eu olho o horizonte
Dou valor pro nascer do sol, buscando os verso na fonte
Os pad pede minha atenção e eu regresso
E o céu cede inspiração, eu começo
Pensando nas mulher, nos amigo, na vida, no universo
Focado, porque isso tudo tem que caber num só verso
Peço licença ao Cartola, coloco um Adoniran
Que o galo já 'tá cantando de novo, é 6 da manhã
Ouvindo um beat quietin'
Com o fone no canto, com meus disquetin'
De hit um bom tanto quanto
Eu conto enquanto penso na rima
Às vez dá sete, neguin', e eu não findei a rotina
Ouvindo um beat quietin'
Com o fone no canto, com meus disquetin'
De hit um bom tanto quanto
Eu conto enquanto penso na rima
Às vez dá sete, neguin, e eu não findei a rotina