Intro: Justiça
Um dia eu sonhei que teria um país melhor e teria um momento menos cruel do que aquele de 1970, que eu conheci muito bem, foi muito amargo. Então a gente fica muito amedrontado, pedindo pra que a gente possa ver um momento melhor.
Mulheres assassinadas, a justiça por favor.
Aonde o negro vai chegar? Aonde a mulher vai chegar?
A gente não sabe.
É muito duro a gente ficar nessa... Nessa incerteza do amanhã, né... Eu que sou muito otimista.
Mas nesse momento eu fico pensando: Meu Deus, será que a gente não vai ter um momento melhor?! Do que ter que estar pedindo: justiça! Justiça! Justiça, pelo amor de Deus! Justiça! Num momento cruel, para que isso não vire estatística.
Gentem, pelo amor de Deus, vamos acordar, vamos ter consciência na nossa luta, porque ela não para. Eu nunca disse que a luta tinha terminado. Muito pelo contrário, eu disse que nós estávamos vivendo um momento de luta e que a luta não tinha terminado, entendeu?!
Aqui fica o meu pedido simples, honesto, de uma mulher lutadora, de uma mulher negra, que sabe que pra chegar aqui o quanto foi difícil: justiça, justiça pra nossa negritude, pras nossas mulheres... Justiça.