No Meio do Povo
Passaraiu, passaraiu
Deixe-me passar em paz
Se não for o da frente
Há de ser o de trás
No meio do povo
No mundo da Lua
Tem verde de novo
Na boca da rua
No meio do povo
No mundo da Lua
Tem verde de novo
Na boca da rua
A pinta da moça sem pintura
O carro que corre sem pensar
A pele do solo que o baque fura
E a faixa que é feita pra chegar
O guarda que fecha no sinal
O cego que vê sem ilusão
E a foto na banca de jornal
Soluça sem ter solução
No meio do povo
No mundo da Lua
Tem verde de novo
Na boca da rua
No meio do povo
No mundo da Lua
Tem verde de novo
Na boca da rua
O fusca que se afoga no canal do mangue
A moça que se joga do oitavo amor
O pobre que se cobre de notícia e sangue
E a vida que não muda, muda existe a dor
Pessoas que passeiam passam sem olhar
Ninguém se incomoda, mas eu me comovo
Na boca da roda no meio do povo
Porque eu quero é cantar, laiá laiá laiá laiá
Porque eu quero é cantar
Passaraiu, passaraiu
Deixe-me passar em paz
Se não for o da frente
Há de ser o de trás
De trás, de trás
De trás, de trás
Se não for o da frente
Há de ser o de trás
De trás, de trás
De trás, de trás
Se não for o da frente
Há de ser o de trás
De trás, de trás
De trás, de trás
Se não for o da frente
Há de ser o de trás
De trás, de trás
De trás, de trás
De trás, de trás
De trás, de trás