Anjo Avesso
Safada era a cara do anjo
Que no quarto noturno pintou
No meu ouvido falou loucuras de amor
Pegou minha mão e saímos na troca de passos
Num beijo molhado, escandalizado
Que até minha gata se escandalizou
Com penacho de índio ele me coroou
Sou anjo avesso, sou Tupã presente
Guerreiro sempre, galhos da semente
Do algodão, do Pau-Brasil
Da serpentina que coloriu
Os olhos dos cegos, a voz do anão
A vida e o meu coração de leão
Os olhos dos cegos, a voz do anão
A vida e o meu coração de leão