Filho Covarde
Foi esta noite que eu ouvi bater
Sobre a janela do quarto em que repouso
Tão fortemente batia sem parar
Que obrigou-me bem depressa levantar
E acendi o abajur e abri a porta
Encorajado sem saber quem era quem
E eu lamento olhei de lado a lado
Fiquei logrado juro que não vi ninguém
Quanta tristeza amargura e sentimento
Que estou sofrendo nesta casa tão sozinho
Fui tão ingênuo em fazer o que eu fiz
Em desprezar a maior das criaturas.
Pra não haver desavença com a esposa
Pra contentar exigências do meu bem
Depois que eu mandei a velha embora
Pois a covarde me abandonou também
Por esse erro estou pago muito caro
A minha culpa não tem mais salvação
Mandei embora quanto tanto me amava
Uma senhora, minha mãe do coração
E hoje eu ouço com meu subconsciente
Fortes batidas na consciência a despertar
Bater na porta dos que tem piedade
Por caridade um lugar para pousar