Introdução
[Áudio - Sample]
Talvez o problema essencial da nossa época
Não só na nossa, mas em toda história do homem
Seja encontrar um ponto
Tanto do ponto de vista do espaço, quanto do tempo
No qual ele perde a ligação com a natureza
Ele perde a ligação com a capacidade de autossustentabilidade
E de criação com a potência de criar
E se torna refém de alguma referência explícita
Como uma origem ou uma finalidade
Que faz com que elle desinvista o dever e se apegue a um...
A uma instância, a uma entidade que rouba a capacidade do acontecimento
Então, a questão essencial pra nossa época...
É encontrar exatamente esse...
Esse foco aonde a gente se desfoca
E talvez isso seja encontrado no uso que a gente faz da linguagem
E o uso que a gente faz da sensibilidade
Então a sensibilidade e a linguagem
São, digamos, fontes de fixação
Ou fontes de liberação, elas não são boas nem más
Elas podem ser usadas no sentido como num ou outro
No sentido reativo ou no sentido ativo
Então, o essencial seria encontrar as razões pelas quais
O homem investe no sentido reativo
Que o separa da própria natureza
E, além dessa captura
Reencontrar a motivação essencial
Que o libera do medo das suas próprias forças
E o liga novamente ao propósito
Então, o ressentimento, ele é o foco crítico desse pensamento
Porque é pelo ressentimento que a gente fixa a sensibilidade
E fixa o pensamento no discurso
Então a linguagem e a sensibilidade
O regime de luz e o regime de signos
Digamos assim, é o ponto focal da captura que deve ser desmontada
Para que a gente crie uma nova linguagem
Uma nova sensibilidade, uma nova maneira de sentir
Uma nova maneira de pensar
Enfim, um novo modo de vida desconhecido
Até então, do homem
Que liberte as forças do homem das forças que o aprisionam
E que o tornam refém de poderes
Que tem razões inconfessáveis, mas que devem ser expostas a nu
Eu acho que esse é o problema crítico da nossa época
Qtambém um problema criativo
Então, eu acho que essencialmente é isso
Uma vez que nós temos esse tempo
Intensivo e condensado pra dizer poucas palavras