Toada Em Realejo
A tristeza poisa em mim
Como folha em parapeito
Desliza pelos recantos
Mais secretos, do meu peito
Cai a noite nos meus olhos
Que entardeceram cansados
E as minhas mãos vacilantes
São roseirais desfolhados
O silêncio chega e pára
Mesmo em frente da vidraça
Na janela onde o meu rosto
Desenha uma imagem baça
E ao poisar devagarinho
Sobre mim, sem dôr nem estrago
A tristeza tem o jeito
E a doçura de um afago