O Vai e Vem do Carreiro

Carlos Cezar / Jose Fortuna

Carreiro vai carreiro vem beirando
Matas cordilheiras campos e espigões
Na estrada azul nos matagais
Lhe acompanham os passarinhos vindos dos sertões
No peito seu eu sei que tem seis bois
Puxando o carro triste do seu coração
É a saudade emparelhada com a lembrança
O amor a esperança desespero e solidão

Carreiro vai carreiro vem rodando só pelo sertão cantando assim
Carreiro vai carreiro vem na sua estrada de paixão que não tem fim

Carreiro vai carreiro vem para bem longe do filhinho que ficou no lar
Bem cedo sai e a tarde vem deitar nos braços de Chiquinha sempre a lhe esperar
Solta seus bois lá no curral quando no morro surge o claro raio de luar
Pega na viola pra cantar sua poesia quando fora a brisa fria vem com ele duetar

No vai e vem que o mundo dá vai o seu
Rastro rabiscando pedras e areiões
Dois riscos só deixam o pó e o orvalho
Tremulando sobre mil botões
Igual ao Sol passa por nós e a tarde
Deita no poente para repousar
Solta a boiada de estrelas cintilantes
Ruminando lá distante pelos campos do luar

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