Canto Obscuro de Um Bar
Paulo Coruja
Inútil
Messa noite morna
Fantasma
Resíduo de outro tempo
Pessoas não mudam na vida
Apenas vão envelhecendo
Talvez Jesus me ame
Se amasse um pouco mais
Tomaríamos vinho no topo do mundo
Mas nesse striptease
A mulher já entra nua
Um santo a cada esquina
Um whisky a cada rua
As cartas não dizem se devo
Muitos vem me cobrar
E moscas batem no vidro
Num canto obscuro do bar
Cansado
Mas os ossos ainda aguentam
O peso
De ficar um pouco mais
Vagando por dilemas perdoáveis pelos deuses dessas eras ancestrais
Talvez a sorte chegue
E me tire pra dançar
Ao som de um piano alcoólatra
Mas nesse striptease
A mulher já entra nua
Um santo a cada esquina
Um whisky a cada rua
As cartas não dizem se devo
Muitos vem me cobrar
E moscas batem no vidro
Num canto obscuro do bar