Santuário das Almas
Santuário das Almas!
Somos corpos sem alma, guerreiros sem pátria,
espíritos das senzalas nutridos de rancor e mágoa
Ardem às feridas. Dobram-se os joelhos.
Vem a morte.... enfim a paz.
Assim tombaram os meus iguais
Eleva-se o inimigo, ergue-se o império
Deploram em meus ouvidos. Murmuram os espíritos.
Ainda sentem as correntes, facões, chicotadas, grilhões.
Necrópole dos sonhos, favelas, quilombos
Reencarnação da dor, morada da miséria
Labirinto das desgraças
Periferia...
Santuário das Almas!
Guardiões dos grandes montes...
Somos a reencarnação da dor
E o ódio é a luz que nos guia pelas sombras do esquecimento.
Rastejamos entre o descaso estatal e as correntes do capital.
Queremos ser e viver livres!
Pés fincados na terra, amor pela favela
Reduto das nossa esperança, lar de nossas fraquezas.
Santuário das Almas!