Prá Peonada da Estância
Da aurora firma o garrão, na cantilena do galo
Que sarandeia o gargalo junto as figueira do oitão
Tio Adio bate os tição faz fogo, ajeita o mate
Terciando no mesmo embate pois sabe que a coisa infeia
Sempre que o dia clareia com previsão de combate!
A madrugada chega metendo o cavalo
A peonada se perfila no galpão
Atando espora e quebrando o chapéu na testa
Pra salga boca num sangrador de capão
O Dom Devá já bolqueou a recolhida
A cachorrada escora num gesto de pega
O brigadiano é cusco novo e vai da bueno
E o pedal véio vai de arrasto e não se entrega
Me agrada mesmo é um tal de Lori Pechada
Que enforquilhado, corta até o rastro do Diabo
O Adão Mulita que é guasqueiro de mão cheia
Faz corda chata, buçal forte e reio brabo
-A caponada la do posto tem cascarra
E o João Pedro vai te que bate martelo
Porque em seguida a comparsa do José Lasca
Vem na volteada mateando e tirando velo
O capataz da estância véia é o Dilon Loco
E a lida bruta vem por cima e não tem nada
De pé no chão e arremangado sobre os joelhos
Prende-lhe o grito e vai formando a cavaleada
Algum velhaco toca pra o Antonio Bicho
Que é um paisano acriojado entre nos otros
Surgiu gaúcho num dia de marcação
Ficou na estância quebrando queixo de potro
Se corcoveia o Maneco faz um costado
Se acaso bolca um fronteiro sempre abre a perna
Este entrevero é a função do dia-dia
Lida baguala que na estância se governa
Este entrevero é função do dia-dia
Lida baguala que na estância se governa
A madrugada chega metendo o cavalo