Diário de bordo
Chega que falem, que pensem, que digam
que sou ou que fui o que nunca serei
Chega de histórias que cantam vitórias
vãos caricatos retratos de alguém
Basta às canções que me custam fingir
Dá-me o que venha de mim
Que a minha canção mostre sempre quem sou
mesmo que mostre o que tento esconder
Que seja o retrato da transformação
que vejo Tua mão sempre em mim promover
Que a minha canção só registre onde estou
mesmo que longe ainda esteja do lar
que indique o exato, fiel posição
onde anda o barco
e o que falta a chegar
Chega de frases, de rezas perdidas
repetições que não mudam ninguém
Basta às bravatas, decretos, medidas
vãs pretensões de fazer Deus refém
Venham canções que te mostrem Senhor
e que elas brotem de mim