O Que Sobrou de Um Queixume

Frederico de Brito

Se não sabes o que é fado
Sem ter sombra de pecado
Sem traições, corações aos baldões e paixões de vielas
Se não fazes uma ideia
Desta triste melopeia
Que nos alegra e por via de regra chorámos com ela

Se não sabes como encanta
Quem o ouve e quem o canta
Quando se agarra a uma guitarra à luz do luar
Fado dum fado nascido
Um grito de espanto, um gemido
Vem ver Lisboa, como ela o entoa e o canta a chorar

Fado é amor
Que sobrou d’algum queixume
Que se agrarrou ao ciúme
E se embrulhou no seu manto
Fado é a dor
É o meio termo da vida
Nem esperança perdida
Nem riso, nem pranto

Se não sabes que a tristeza
Que nos prende e fica presa
Não é mais que os sinais usuais d’alguns ais sem agrado
Se não sabes que a saudade
Que nos abre e nos invade
Só aparece quando não se esquece que também é fado

Se não sabes o que é esperança
Que não para, que não cansa
E é concerteza, tal como a firmeza, um rasto de fé
Sonho dum sonho desfeito
O gosto dum gosto pefito
Que nos embala mas que não se iguala ao que o fado é

Curiosidades sobre la música O Que Sobrou de Um Queixume del Carlos do Carmo

¿Quién compuso la canción “O Que Sobrou de Um Queixume” de Carlos do Carmo?
La canción “O Que Sobrou de Um Queixume” de Carlos do Carmo fue compuesta por Frederico de Brito.

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