Peão Vira-mundo
Eu vinha cortando estrada
Lá pra bandas da floresta
Tinha um fandango formado
Numa casinha modesta
Ajeitei o nó no lenço
Quebrei meu chapéu na testa
Risquei o macho na espora
E foi na mesma hora, eu cheguei na festa
O dono dessa festança
É um homi da cara feia
Ele virou e me disse
É favor que não apeia
Meu corpo deu um arrepio
E o sangue freveu na veia
Apiei do meu cavalo
E primeiro estalo foi no pé d'oreia
Ali se arreuniu
Quatro ou cinco indiotas
Nós tivemo um tempo quente
Na beirada de uma grota
Cada rastera que eu dava
Com o cano de minha bota
Quatro ou cinco assuspendia
E depois cai
No chão de cambota
A negrada arraliara
No prazo de uns dez segundos
Entrou pro salão adentro
Foram escondê lá no fundo
Amuntei no meu cavalo
Despedi dos vagabundos
Saí cortando campina
Pra cumprir a sina
De um peão vira-mundo