Matheus

Ari Coelho / Ivan Lopes

Veio lá do norte sem saber
Mas com a esperança de poder crescer
Dias se passaram em uma estrada
E a fomeque sentia ainda o lemrava
Aquela gente suja que se criava
em uma terra seca que os maltratava
Seu pai que nunca mais voltou
Sua mãe quando pequeno lhe falou


Matheus, não seja como seu pai
Matehus, sua estrada você quem faz


Na grande cidade assim que chegou
Era tanta gente que ele se assustou
Vendo tantos carros a transitar
Teve certo medo, pensou em voltar
Mas já era tarde e já não dava mais
O jeito era seguir e não olhar pra trás
Em uma velha ponte se alojou
Lembrou que sua mão um dia lhe falou


Matheus, nunca chores mais
Matheus, teu velho mundo não te satisfaz


Prostituição, vício e roubo
A esperança abandonara os dias seus
Em um lugar que esperava ser santo
neste lugar santo nada aconteceu
Confiando sempre em pessoas erradas
Lembrava a sua infância e o que dizia os seus
Tá vendo esta miséria que atordoa e mata
existem tantos males que não conheceu
Mas não dava ouvido e só acreditava
Que aquele chão seco não era o seu
Dias se passavam e ele se enganava
Em duas orações pedia sorte a Deus


Agora entendera porque seu pai não voltara
mais um brasileiro que se perdeu
Com saudade se lembrava da gorda miséria
E o que dizia os seus
Como são tristes os olhos de Matheus
Como são tristes, os olhos seus
Tristes os olhos de Matheus
Como são tristes seus olhos...

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