Flor do Mato
Benedito Seviero / LUIZ DE CASTRO
Encilhei meu pingo amigo
Que adivinha o meu desejo
Faz tempo que eu não vejo
Aquela que amo tanto
Aquele rostinho santo
Que mora junto ao regato
Minha linda flor do mato
Gaúcha do meu encanto
Pendurada na garupa
Levo minha gaita amiga
Companheira de cantiga
Na alegria e na tristeza
Seus acordes com certeza
Quebra o silêncio enorme
Do leito onde dorme
Sonhando minha princesa
Quando chego no terreiro
Da casinha entre a mata
Canto verso em serenata
Pra minha prenda querida
Que desperta comovida
Do leito fica me ouvindo
Está chorando e sorrindo
Gaúcha da minha vida
Quando minha voz se cala
Sorrindo ela se levanta
Me representa uma santa
Que aparece na janela
Meu corpo se une a ela
Num feliz e longo abraço
Do tamanho do espaço
Que passei distante dela