A Fera Canaymã
Um assobio medonho perturba a noite
É homem, é fera, é bicho
Uma arrepio profundo, um frio no corpo
Completa escuridão
Medo, tormento, pavor
Fazendo assombração
A fera das matas chegou
Ecoa na mata um grito na imensidão
Na espreita fatal, o espírito vem
Perigo que ronda é a fera que ruge
Na serra maldita, Tupu e Macunaimã
Habita este ser guardião da floresta
Feroz implacável, o monstro Kanaymã
É a perseguição
Invisível ceifa vidas
Não adianta correr
Nem ouse enfrentar
E se fugir ele vai te pegar
É a fera, visagem sobrenatural
Canibal, devora o corpo e expulsa o mal
Passos estrondam na terra
Surge a grande quimera
Se a Mãe da Mata chorar
Sua fúria desperta, ele vai te pegar
Protetor!
Da vida que eclode na grande floresta
Defensor!
Dos povos que vivem no coração da Amazônia
Guardião!
Mito e lenda que luta por preservação
Expulsa o mal que atormenta
E deixa a mata em paz