Mura, O Príncipe Das Águas
Como uma nuvem negra de gafanhotos
Aterrorizantes!
Pareciam lavas ardentes escorrendo no rio
Tantas eram as igaras...
Que surgiam
Que sumiam
Como em um pesadelo
Que surgiam
Que sumiam
Os gritos ressuscitando o medo
Vem!
Dos escombros das grutas
Das cachoeiras, entranhas
No arrebatar das águas, testemunhas
Vem!
Nas emboscadas da vida
Descaminhos perdidos
No sonho do inimigo
Voa...
Pássaro que tudo vê
Voa...
Prenuncia o minuto final
Quem ousaria contrariar o próprio destino?
Quem haveria de falar com o pássaro da tocaia?
Quem saberia a fraqueza do inimigo
Se não tivesse na veia o sangue Mura?
É ele, o feiticeiro!
É ele, o curandeiro!
É ele, o mandigueiro!
O príncipe das águas
Um vulto na sombra das luas
Voa...Voa...Voa...Voa...