Distorcendo o Bagualismo
Sou xucro de natureza, morro de véio e não mudo
Eu não conheço tristeza, eu sou um taura, guapo e peitudo
Sigo campeirando a sorte, pouca coisa eu não me mudo
Distorcendo o bagualismo assim mesmo sem ter estudo
Vou distribuindo civismo com este meu peito cuiudo
Me criei numa tapera, arrancando toco afamado
no meio de uma tigüera, escoivarando abaixado
Devaçando taquaral, franjando campo gramado
No cabo da ferramenta virando cerro e banhado
E dando pau pelas ventas de algum zebu aporriado
Potro de três, quatro anos agarro pelas oreia
O xucro verso pampeano minha garganta gineteia
Índio covarde dispara, sendo macho corcoveia
Perigo jamais me estraga em algumas pegadas feia
Devo a faísca de adaga me defendendo em peleia
Redomão nunca se amansa, bagual xucro não se entrega
E a minha ideia se avança e só mesmo Deus me assussega
Nunca eu afrouxei o garrão pra vilumbro que se nega
Laçando vaca aporriada e terneiro pelas macegas
Os pés trincado de geada e tapado de pega-pega