Com Tristeza e Sem Poesia
Não podia ser tão triste
A canção que agora insiste
Em fazer chorar meu violão.
Essa canção conheceu,
Estradas viu,
Gente maltrada andou
De madraguda
vendo céu e chão.
E viveu tão de repente,
Caminhou tão vagamente
Pelas ruas de ninguém,
Onde passaram
Noutros carnavais
Os blocos
Que eu nem lembro mais,
Só sei, quero o povo a cantar
Os lindos versos de sambar.
Era o morro inteiro, então
Que descia pra viver.
Lá do alto o barracão
Via um samba se nascer.
Lálálálá...
Hoje entrego a fantasia
Com tristeza e sem poesia,
Deixo as ruas do meu carnaval.
Não quero ver
Esse canto meu cantar
O que entristeceu
o samba que nasceu,
Não vai ficar com a canção
Que viu ficar o chão
Matou o violão
A dor de madrugada.
Viu
gente maltrada,
Viu
ficar o chão,
Matou um violão
A dor de madrugada.
Viu
gente maltratada,
Viu
ficar o chão,
Matou um violão
A dor de madrugada.
Viu
gente maltrada,
Viu
ficar o chão,
Matou o violão...