Angel
Antônio Altvater
Como um velho fantasma
Cortando as lembranças
Vejo um anjo pairando na luz
Me reviro em desejos
Um pobre diabo e sua cruz
Como a velha promessa
De novas mudanças
O destino maldito carrasco
Nomeando culpados,
como eu e você
Angel, prometa cuidar do meu sono
Prometa curar o abandono
Que essa rotina me traz
Angel, prometa curar as feridas
Me explica tuas idas e vindas
Que a fumaça custou apagar
Como um sonho batido
Em poucas memórias
O isqueiro ilumina o teu rosto,
pra que logo
No escuro eu não possa esquecer
Como a vida enlouquece
Pra depois acalmar
E te bate na cara
Sem ter chance de armar
O levante, a revanche, a revolta
Angel, prometa cuidar do meu sono
Prometa curar o abandono
Que essa rotina me traz