João Facão
João Facão palmeia o cabo
D'um Tramontina três listas
Que até parece um pincel
Sob o manejo do artista
Reboleando com destreza
Num jogo, troca de mão
E, d'um jeito debochado
Arrasta a ponta no chão
E, d'um jeito debochado
Arrasta a ponta no chão
João Facão, gato do mato
Não pisca e nem erra o pulo
Tampouco, tenteia a sorte
Com tava feita pra culo
Mas, quando Deus se distrai
Brinca c'o as coisas do diabo
E no miolo do rodeio
Escarva igual touro brabo
João Facão destapa a cara
Tombando o chapéu na nuca
Pra enxergar o mundo na volta
E aonde senta a mutuca
Pisa leviano no chão
Espera o golpe do outro
Qual tirasse o corpo fora
Do manotaço d'um potro
João Facão destapa a cara
Tombando o chapéu na nuca
Pra enxergar o mundo na volta
E aonde senta a mutuca
Pisa leviano no chão
Espera o golpe do outro
Qual tirasse o corpo fora
Do manotaço d'um potro
Qual tirasse o corpo fora
Do manotaço d'um potro
Na redondeza, é falado
Tem fama em toda a fronteira
Por bochinchear nas bailantas
E comércios de carreira
João Facão boleia a anca
E escora o que vem por cima
Rebate ferro com ferro
Com maestria na esgrima
Rebate ferro com ferro
Com maestria na esgrima
João Facão, quando atropela
Dita as regras do namoro
As deva', é de quina viva
As brincas, larga de estouro
Porém, sabe que a coragem
Por fraqueza, se anuncia
Se o medo for traiçoeiro
E a força for covardia
João facão, história antiga
Por justiça ou diversão
Peleava c'o a própria vida
No fundo de algum rincão
Viveu no tempo em que o homem
Sem fibra, não era aceito
E mais que ser peleador
Morria pelo respeito
João facão, história antiga
Por justiça ou diversão
Peleava c'o a própria vida
No fundo de algum rincão
Viveu no tempo em que o homem
Sem fibra, não era aceito
E mais que ser peleador
Morria pelo respeito
E mais que ser peleador
Morria pelo respeito