A Velha Escola

A humanidade não tem memória
Tudo acontece outra vez lá fora
Barbaridades que a gente lamenta e cora
E toda a vontade se faz inglória
E o que dizer dessa velha escola
A mesma escória a contar histórias
Mas a verdade é que a gente não tem pudores
E as cidades de pedra não têm rancores
Nem todo esse sangue que jorra das calçadas é a face do terror
E a dor é quase nada, a dor
Mas quando essa dor nos revida é na porrada
E haja saco de pancada e o amor não diz mais nada
A natureza do mal aflora
Homem que é homem agora chora
Eu vou-me embora, eu não tenho aonde ir,
E agora? Ninguém quer saber de passar a bola
E essa engrenagem que nos devora
Não há futuro se Deus demora
Ah! Quem me dera se homem entendesse os homens
Pare o mundo que eu quero descer agora

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