Passado de um boiadeiro
É bem triste o meu passado, senhores preste atenção
Meu pai foi um boiadeiro que cortava o estradão
"amontado" em seu bregado com seu berrante na mão
na garupa o seu laço que era de estimação
Ele morreu em sua lida
na fazenda do Grotão
Pra mim ficou a saudade
oohh laraí, a tristeza e a paixão, ai
Fiquei com 14 anos nessa mesma profissão
Lutando com os pantaneiro era minha "encrinação"
Minha mãe assim falou: guarde por recordação
que este laço é uma defesa para sua proteção
Receba como erança
o berrante e o chibão
Ao lembrar do seu papai
oohh laraí, faça sua oração, ai
Fui buscar uma boiada na fazenda Lagoão
Sai de madrugadinha pra saltar o rio Maranhão
Só via chuva e vento cobrindo aquele sertão
Minha boiada estourou na serra do Gavião
Nesta hora o meu pai
chegou ali na ocasião
Meu filho siga a viagem
oohh laraí, com seu berrante na mão, ai
O gado me acompanhou dentro da escuridão
cheguei na beira do rio, foi triste a situação
Minha mãe ia rodando nas águas do Maranhão
Joguei meu laço por cima alcançou a sua mão
Tirei ela no barranco
e pedi sua benção
Nessa hora meu berrante
ohh laraí, repicou na solidão, ai