A Moda do Genro

Jacozinho / Matogrosso / Toni Gomide

Eu criei uma menina na maior das mordomia
Dei conforto e dei carinho, é nossa única filha.
Em troca ela me chama de caipira atrasado
E tenho que acostumar com esse namoro avançado
Me falou que virgindade já é coisa do passado

Fiz o casamento as pressas pra livrar do falatório
Pergunte se estou contente com este lindo casório
O brinco na orelha dele é o que mais me irrita
Meu genro só tem tamanho, safadeza e preguiça
Faz rabinho no cabelo e leva um jeitão de bicha

Meu genro é um vagabundo não quer mesmo trabalhar
Tão morando em minha casa, meu saco tá pra estourar
A minha filha está grávida e eu tenho que tolerar
Quando é hora do almoço ele é o primeiro a atacar
Come três pratão bem cheio e dorme no meu sofá

Meu genro parece um porco come e dorme bufa e ronca
Dorme quase o dia inteiro ainda acorda dando bronca
Já passa a mão no controle e liga a televisão
É um cigarro atrás do outro e joga a bituca no chão
E fala pra minha filha que eu tenho cara de bundão

No barzinho onde ele bebe, ele falou sem querer
Que casou com minha filha somente pra se fazer
Tá de olho na herança só está esperando eu morrer
Os meus bens ele não pega já sei o que vou fazer
Vou passar tudo no nome do neto que vai nascer

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