O Poço

Por que os ombros doloridos?
Se o fardo não é maior
Do que tudo pode carregar
Sei que tu quer, campos floridos
Saiba que tua mente é a
Única jaula pra te limitar

Linha imaginária como a do equador
Divide o teu mundo interno
Se tu focar mais na dor, do que no amor
Tua mente também cria o teu próprio inferno

O teu desejo inconsciente que gosta da lama
É maior que a gravidade, te deprime
Faz mal pra ti e também pra quem te ama
Faz com que seja trágico o final do teu filme
Não te faz querer buscar uma saída
E odeia quase tudo que te rodeia
A raiva é uma péssima companhia
Faz um labirinto, tu é a presa nessa teia

Fazem convite pra tu conhecer o fundo do poço
Não é o raro ver os irmãos procurando luz
Te inundam de conflito até o pescoço
O norte da salvação é só a Fé que nos conduz

A hora que quiser conhecer o umbral
A porta ta aberta, eu sei porque eu já fui
O Bem Universal que domina o sideral
Não te deixa, a corda da esperança nunca pui

Sem apego, sem brechas pra demônios
Lágrimas represadas sempre desaguam
Tudo é passageiro
Me tiram tudo menos os sonhos
E eu só paro de respirar quando eles acabam

Angústia vou te lacrar, te jogar no mar
Talvez não, pra não poluir
Te reciclar ou pulverizar
Um coisa é certa, tu não fica mais aqui

Só queria dormir em paz sem dor na coluna
A saída daqui só o Amor vai nos tirar
Quando a insônia não me perturba
Sei que se são outros seres não tão
Ocultos que vem pra me visitar
Pensando em desistir? Não tem tempo pra isso
O tempo te engole, o karma cobra o resgate
Todo começo tem seu fim
Nenhum ciclo é infinito
Manifeste a totalidade nessa passagem

A porta de saída é a mesma da entrada
Os ombros cessam as dores, guinando sua visão
Já sabe onde encontra a chave
Algemas foram cerradas
Só uma conclusão: o AMOR é a libertação

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