Palavras
Soltei o ar num grito pra limpar a rua
Não quero pesar
Só pra dispersar
A neblina baixa que confunde os corpos
Que não estão tortos na sua
No seu blábláblá...
Levo minhas palavras
Como armas forjadas em um tanto de som
Eu sigo exposto e sigo disposto
A mostrar meu rosto de som
Ei Kamau, também posso bem mais que imagino
Aprendi isso menino lições de um temporal
Sigo buscando o rumo do som,
Quem sabe hoje bate um vento bom
E o relógio colabora, boa hora de mudar o tom
Se tem um tempo certo o tempo é agora
É ele que mostra quem que fica
Quem se identifica com a boca que fala e trafica
Informação onde é preciso e descomplica
Esses nós que prendem a voz
E eu sigo exposto, sigo disposto
No caminho oposto, boto a cara e o rosto
Produto tosco direto do calabouço
Disperso o ar pesado nessa rua escura
Sorriso num lugar onde sorrir é loucura
Quem sabe essa voz doce tira sua armadura
Mano o escudo é forte e nada perfura
A menos que seja aquela intenção mais pura
O rosto de Irene longe da sirene dessa viatura
Livre pra ser o que quiser
Que essas palavras cheguem naquela mulher
Que não se expressa e anda com pressa sozinha a pé
Cheguem no cara que acha que é mais porque dispara
Mas não pára pra pensar na sua tara por viver mentindo
Pra si mesmo
Essa é pra dispersar o peso
Que as palavras e pessoas possam voar sem peso
Essa é pra dispersar o peso
Que as palavras e pessoas possam voar sem peso
Levo minhas palavras
Como armas forjadas em um tanto de som
Eu sigo exposto e sigo disposto
A mostrar meu rosto de som