Causa Nobre

[Verso 1]
A ponta da minha bic esferográfica
Que gruda no papel que nem eletricidade estática
Flexibilidade elástica, verbo que faz ginástica
Forma de rima esbelta e esguia
Os mano copia, deixa cheia de estria
Quando é muito grande, redundante
O elefante equilibrado no barbante
Sempre na mesma linha, seguindo o mesmo trilho
A mesma cena, sem contraste, sem brilho
Tipo tal pai, tal filho, e é aquilo
Farinha do mesmo saco, e é um saco de 60 quilos
Fazendo peso no estoque esperando que o DJ toque
A novidade que é déjà vu, o desse aqui é igual do outro que nem...
Na correria da mesmice, em primeiro lugar, o campeão que fez igual ao vice
Mas o fim justifica o meio, mesmo que saia feio, meio sem recheio
O que interessa é o disco redondo com um furo no meio
Em promoção, incentivo, dinheiro vivo pra gravador e produtor executivo
0 vírgula 0-0-0-1 por cento, é pro artista do momento, mas isso cê não vê
E nas ondas do rádio, flui o flow das águas do Tietê, e os manos quer saber
A fórmula secreta do Ibope; elementar, que nem Sherlock
Nenhum de nós tem o controle do play, do pause, stop
Aperta o REC, volta e repete, tá mais batido que raquete
Mas volta de novo que ali tem outro louco que quer fazer igual
Mas açúcar é diferente de sal, vê se me entende
É parecido, mas o sabor é diferente

[Refrão]
Lutar por igualdade é uma causa nobre
Querer ser igual aos outros é ter a mente pobre
Lutar por igualdade é uma causa nobre
Querer ser igual aos outros é ter a mente pobre
Lutar por igualdade é uma causa nobre
Querer ser igual aos outros é ter a mente pobre
Lutar por igualdade é uma causa nobre
Querer ser igual aos outros é ter a mente pobre
Lutar por igualdade